PUC lança cartilha para calouros em linguagem neutra e atacando Bolsonaro

O Diretório Central dos Estudantes da PUC-Rio Raul Amaro (DCE PUC-Rio) lançou uma cartilha em linguagem neutra. Voltada para alunos recém-chegados, a papelada informa logo na primeira página: “Bem-vindes, caloures”.
Lançado na semana passada, o material também orienta os alunos a aderirem a manifestações. “Atentes a datas importantes”, ressalta trecho do texto. O primeiro ato ocorreu ontem, no Dia Internacional das Mulheres.
Em 14 de março, está marcado para ocorrer um evento em homenagem a Marielle Franco, com “rodas de conversas e intervenções artísticas”. Na sequência, o panfleto adverte os estudantes: “Fiquem ligades no Instagram”.
O DCE PUC-Rio mantém ainda um perfil no Instagram com posts em linguagem neutra. Ao pedir que os alunos baixem a cartilha, o diretório publicou: “Sou caloure da PUC. E agora?”.

Ao explicar para os calouros o que é o DCE, o diretório informa ser “uma entidade de máxima representação de todes (sic) estudantes, independente do curso”. Adiante, o ajuntamento garante vocalizar “demandas estudantis e defender os interesses des (sic) estudantes, assim como é responsável por organizar eventos e promover debates e mobilizar es estudantes frente a diversas pautas e lutas tanto dentro quanto fora da universidade”.
Ataques contra o governo
A cartilha do DCE-Rio aproveita para criticar o governo Bolsonaro:
“O genocídio do povo negro com a chacina do Jacarezinho, o assassinato de Moïse, Durval e Hyago são feridas ainda abertas de um racismo que não se cala. As lutas pelo fora Bolsonaro, pelo passe livre universitário, por dignidade menstrual, justiça por Mari Ferrer, pelas bolsas PIBID e em defesa da ciência, escancaram a realidade posta para o movimento estudantil: a mobilização permanente. A PUC-Rio é uma universidade comunitária e um espaço de disputa des (sic) estudantes muito importante. Assim como fora, as opressões se expõem pelos corredores e salas de aula, assim como a redução em bolsas e auxílios, tão necessários para permanência, principalmente de pessoas negras, indígenas e pobres. Esse semestre, por exemplo, teremos apenas 45 vagas pelo ProUni, enquanto no semestre passado.”

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