Apenas um toque
Não estamos falando apenas de penetração anal ou o que comumente é chamado de ‘sexo anal’. Em vez disso, estamos falando de qualquer tipo de toque do lado de fora ou de dentro do ânus ou [ainda] o ânus com a ponta do dedo, brinquedo, pênis ou qualquer outra coisa”, afirmam os autores no artigo.
Os resultados foram publicados na revista científica internacional Plos One. A proposta do estudo é levar o conhecimento destas técnicas a mais mulheres, dando mais chances de entenderem as próprias preferências, de falarem sobre isso e usufruírem do prazer sexual.
Para Priscila Junqueira, 44, sexóloga e psicóloga que atua há duas décadas na área, este tipo de informação ajuda a quebrar tabus e reforça a importância de uma educação em sexualidade adequada.
“Percebo na minha prática, na anamnese que faço com as mulheres e casais em terapia, que o assunto é um tabu. E isso porque as pessoas ainda têm preconceito com sexo anal por falta de conhecimento”, afirmou a psicóloga. Co-fundadora do IPSER (Instituto de Psicologia e Sexologia Essência Rara), a sexóloga explica que o ânus é uma região extremamente rica em terminações nervosas e, por isso, também pode gerar prazer.
“Quando o estudo traz essa possibilidade da mulher ter o prazer, a gente consegue quebrar um pouco o preconceito dessas mulheres irem para prática do sexo anal. Sem esse conhecimento, eu não sei que é uma zona erógena, não posso nem tocar. Tem mulheres que sentem sim prazer na penetração, mas podem através de todos os jogos eróticos se abrir para o novo”, disse a sexóloga.
Ela relatou também que as brasileiras hoje já estão conseguindo falar mais sobre o tema. “Antes nem se falava. Uma pergunta dessa anos atrás, responderiam ‘isso não é para mim.’ Hoje elas já dizem ‘eu experimentei uma vez’ ou “experimentei e vi que poderia ser feito de outra forma, com um lubrificante, e inclui isso na minha prática'”, afirmou.