ARTIGO: Luiz Marinho — O Ministro do Trabalho ou do Feriado? Por Marcus Aragão

O Brasil não é para amadores — nem para profissionais. Segundo pesquisa realizada pelo IMD Competitiveness Center em parceria com a Fundação Dom Cabral para determinar a capacidade do país em reter e atrair empresas em função da disponibilidade de gente bem preparada para trabalhar — ficamos em último na América do Sul e no penúltimo lugar geral. Nossa colocação só nos deixou na frente apenas da Mongólia. Para ter uma ideia, a Argentina e Venezuela estão mais bem colocadas. Não é segredo para ninguém que precisamos investir na educação básica de qualidade, focar no ensino técnico e numa formação superior adequada às necessidades do presente e futuro.
Nossa economia reluta para não se afogar em problemas. Nadamos contra a correnteza da inflação, enfrentando a tempestade dos juros, o tsunami do desemprego e o tubarão da corrupção que mutila nossas perspectivas.
Pois bem, quando pensamos que a situação não poderia piorar, eis que o nosso Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, defendeu na terça-feira (10) o modelo de 4 dias de trabalho por semana. Confesso que quando ouvi, demorei a acreditar, mas infelizmente não era fake news, o cara falou mesmo.
— Repito: É o Ministro do Trabalho ou Ministro do Feriado?
Nossa economia não resistirá a um bombardeio desse. Não teremos para onde correr, não temos bunkers. No máximo, conseguiremos um buraco que podemos escavar para esconder nossas cabeças de vergonha — população avestruz.
De acordo com o levantamento realizado pela empresa americana de consultoria Mercer, o Brasil ocupa a 7ª posição entre os países com mais feriados. Se adotarmos o trabalho por 4 dias, é como instituir 48 novos feriados por ano — um por semana.
Uma medida dessas vai conseguir piorar toda a economia. O comércio venderá menos, mais desemprego, menos impostos e salários em queda. Acho que somente a indústria da cerveja e o funcionalismo público podem se beneficiar. Realmente, não sei avaliar se num país altamente desenvolvido isso pode ser positivo, mas se o país rico já resolveu seus problemas sociais e econômicos, pode se dar ao luxo de pensar nesse assunto. Mas, o Brasil? O Brasil?
Israel, que é um país altamente desenvolvido, tem, por exemplo, a maravilha da defesa antiaérea de mísseis — o Iron Dome — que intercepta os mísseis do Hamas em pleno voo. Aqui no Brasil, não conseguimos interceptar nem os ladrões de cabos que roubam em plena luz do dia. Temos amigos e parentes sendo vítimas diariamente de roubos, assaltos e sequestros relâmpago. Mendigos que se refugiam nas marquises, crianças chorando sem alimento e sem escola, lojas fechando as portas alvejaras pelo desaquecimento geral da nossa economia. O cenário é quase de guerra.
— Não sei qual a solução para o Brasil. Mas certamente não será retirando o direito de trabalharmos.
O futuro do país parece cada vez mais incerto. Ataques extremistas da esquerda bombardeando nossa economia como essa proposta populista de trabalho semanal de 4 dias nos leva a declarar guerra contra esse terrorismo cultural — uma guerra no campo das ideias, claro. Onde precisaremos de uma oposição tão eficiente quanto o Iron Dome.
Marcus Aragão
Instagram @aragao01

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