
Comentarista de economia defende ajuste fiscal para que país gere investimentos e crescimento econômico sustentável
18/06/25 às 21:17 | Atualizado 18/06/25 às 21:17
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O Banco Central (BC) voltou a elevar os juros básicos do país nesta quarta-feira (18), levando a taxa Selic a 15% ao ano. Para Rita Mundim, comentarista de economia da CNN, “a grande razão do juro estar alto, a grande razão da inflação, é o descontrole do governo”.
“O credor, na hora que vê um país se endividando, um país que não faz questão de ter uma política que entregue superávit fiscal, e que vai gerando déficit após déficit, crescendo o endividamento, com déficit nominal na casa de R$ 1 trilhão, esse país vai entrando na casa da desconfiança”, explica Mundim.
“Aí você pega um Banco Central – que graças a Deus é independente – e ele tem que fazer a parte dele que é subir os juros para continuar atraindo o capital externo e mantendo o dinheiro aqui dentro”, pontua.
A comentarista pondera, porém, que este é um capital de baixa qualidade, que vem de fora, comprado com juros mais baratos, para render com as taxas elevadas do Brasil.
Mundim defende que o país tenha um crescimento sustentável, através do investimento direto, um dinheiro que de fato fique no Brasil. Para isso, contudo, é necessário que o governo trabalhe a questão fiscal.
“A gente precisa atrair um dinheiro sustentável, do investimento, e isso se dá através da responsabilidade fiscal do governo. Aí o juro cai e o investimento direto sobe. O dinheiro vem ‘comprar Brasil’, não tomar títulos”, indica.
Sua avaliação é de que o governo toma decisões incoerentes ao optar por aumentar a carga tributária – como fez ao elevar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) – invés de cortar despesas.
“O governo pisa no acelerador, ele quer entregar crescimento, e o Banco Central pisa no freio, a gente tem que frear esse crescimento da forma que ele se dá. […] A política monetária tem que agir quando a política fiscal não existe, […] é uma coisa muito atabalhoada”, indaga.
“É um crescimento baseado num crédito com a taxa de juros nas alturas, deixando as famílias endividadas, inadimplentes, e as empresas também inadimplentes, grandes empresas em recuperação judicial, […] são medidas populistas tomadas na hora errada e que tem um custo enorme para a sociedade brasileira”, conclui.
