Comando vermelho adota fugitivos de Mossoró


A fuga dos dois detentos foragidos da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, está sendo mantida por membros do Comando Vermelho do Rio de Janeiro, e não do Acre, de onde são originários, registrou a Folha de S.Paulo.
Segundo os investigadores, o braço acriano da facção criminosa rompeu com Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento. Eles foram jurados de morte pelas lideranças do CV no Acre –Railan Silva dos Santos e Selmir da Silva Almeida Melo.
A ameaça foi desencadeada após Rogério e Deibson realizarem uma tentativa frustrada de assassinar Railan e Selmir para assumirem o controle do Comando Vermelho no Acre. 
A rede de apoio do Comando Vermelho
O Comando Vermelho está financiando uma rede de apoio para ajudar na fuga dos dois detentos foragidos da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
A investigação da Polícia Federal aponta que a rede criada pela facção criminosa auxilia Rogério e Deibson a se manter em áreas rurais, fornecendo apoio para alimentação, bebidas, transporte e armas de fogo.
Ainda de acordo com a apuração, a dupla de criminosos fez contato com membros do Comando Vermelho dois dias após a fuga, quando fizeram reféns na zona rural de Mossoró e tiveram acesso a aparelhos celulares.
Após a ligação, os bandidos receberam o suporte de um morador da cidade, que foi preso por pegar um carro no Ceará e o levar até Baraúna, também no Rio Grande do Norte, onde foi entregue aos fugitivos.
A investigação mostra haver indícios de que o suspeito também integra o Comando Vermelho, assim como Rogério e Deibson, e que ele teria recebido 4.500 reais para fazer o serviço.
Tudo dominado (por PCC e CV)
Um levantamento realizado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública apontou a existência de 70 facções criminosas no sistema carcerário brasileiro. As principais —Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV)— atuam em 24 estados e no Distrito Federal.
Em 2023, o CV estava presente em presídios de 21 estados, seis a mais do que em 2022. Já o PCC estava em 23 estados, dois a mais do que no ano anterior.
Com dados da Rede Nacional de Inteligência Penitenciária, a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) mapeou o poder das facções criminosas, identificando 21 delas como de alto impacto. Esse cálculo considera fatores como a atuação de advogados, a força financeira, a estrutura hierárquica, a quantidade de aliados e inimigos dentro do sistema prisional.
Considerado mais difícil de monitorar por não ser tão organizado quanto o PCC, que possui contabilidade dos membros da facção e até mesmo das armas presentes nas unidades prisionais, o Comando Vermelho teve um crescimento expressivo ao se expandir para o Norte e Nordeste do país.
Embora o governo Lula tivesse dados sobre o controle do Comando Vermelho no sistema carcerário brasileiro e sobre o crescimento da facção criminosa nas regiões Norte e Nordeste, nada fez para reforçar a segurança do presídio de segurança máxima de Mossoró antes da fuga de dois integrantes da facção criminosa em 14 de fevereiro.

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