Magalu perde 93% do valor, o amor venceu!

Tombo histórico: entenda por que ação do Magalu derreteu 93% em 3 anos
Em 6 de outubro de 2023, os papéis do Magalu foram vendidos por R$ 1,78. Cenário macroeconômico e fatores internos explicam derrocada
10/10/2023 17:45
Magazine Luiza
Gigante do varejo brasileiro, o Magazine Luizaparecia voar em céu de brigadeiro em meados de 2020, em meio ao “boom” do comércio eletrônico no início da pandemia de Covid-19. No dia 5 de novembro daquele ano, as ações da companhia no pregão da Bolsa de Valores do Brasil (B3) foram negociadas a R$ 27,40, de acordo com levantamento do consultor de dados de mercado Einar Rivero.
Quase três anos depois da máxima histórica, no pregão de 6 de outubro de 2023, os papéis do Magalu eram vendidos por R$ 1,78, o que significa um derretimento de 93,5% em um período de 35 meses. Também foi o menor patamar em seis anos, desde dezembro de 2017.
“Para a ação chegar ao topo histórico, lá atrás, havia um cenário perfeito para o setor de varejo. Houve uma mudança cultural de comportamento do consumidor, com o uso muito maior do e-commerce do que das lojas físicas tradicionais. A empresa estava com uma estrutura mais bem montada para atender esse movimento. O Magalu estava pronto para surfar aquela tempestade perfeita e capitalizar”, explica Hugo Queiroz, especialista em investimentos e diretor de Corporate Advisory da L4 Capital.
Em três anos, observa Queiroz, muita coisa mudou tanto no mercado varejista quanto no cenário macroeconômico. “Viu-se que continuou aumentando o consumo por plataformas digitais, mas ainda usando boa parte do varejo tradicional. Nesse período, o cenário macroeconômico se deteriorou muito em termos de inflação e taxa de juros. Isso piorou o ambiente de consumo porque o crédito ficou mais caro e a maior parte das compras é a prazo”, diz.
“A competição também ficou mais feroz. Outros players se estruturaram muito rapidamente e se capitalizaram mais, como o Mercado Livre e a Amazon. O Magalu teve a possibilidade de surfar nessa onda, mas não conseguiu manter a mesma força dos concorrentes”, prossegue Queiroz.
Desconfiança do mercado
A desconfiança dos investidores em relação ao Magalu aumentou diante dos resultados decepcionantes dos dois primeiros trimestres deste ano. Entre janeiro e março de 2023, a empresa acumulou um prejuízo líquido de de R$ 391,2 milhões – um aumento de 142,5% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o saldo negativo foi de R$ 161,3 milhões.
Já no segundo trimestre, o prejuízo líquido foi de R$ 301,7 milhões, subindo 123% em relação ao período entre abril e junho de 2022 (quando a companhia havia ficado no vermelho em R$ 135 milhões).

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