ARTIGO: Caros governantes, deixem nosso Estado crescer. Por Marcus Aragão

Na semana passada, li que Natal foi responsável por apenas 1% das unidades lançadas no mercado da construção civil entre todas as capitais do Nordeste. O atraso desproporcional em relação às outras capitais fica claro quando fazemos a comparação: São Luís – 4%; Aracaju – 5%; Teresina – 5%; Maceió – 10%; Recife – 12%; João Pessoa – 13%, Salvador – 25%; Fortaleza – 25%; e Natal, vale lembrar, apenas 1%. É vergonhoso, não acha?
Se construir é caro, imagine não construir. Quanto não perdemos com os empregos não gerados, com os impostos não arrecadados e com as vendas não realizadas em todo o ecossistema da construção civil? O prejuízo é enorme.
Você que está lendo agora este artigo pode não gostar de Lula ou de Bolsonaro. Isso não vem ao caso neste momento, pois todas as capitais do Brasil tiveram os mesmos presidentes. Todas têm que seguir as mesmas determinações do STF; todas sofreram com a pandemia, com a alta do dólar e os juros altos, com a guerra na Ucrânia e agora na Faixa de Gaza, com o aumento dos combustíveis.
— A única diferença real é que as outras capitais não têm os nossos políticos.
E isso parece fazer uma diferença enorme. O fato de não termos o grande político é uma lástima. E realmente não temos, pois o que faz o grande político é a sua obra, ou seja, uma grande cidade ou um grande Estado. Não confunda com grandes grupos políticos. Temos uma população que foi formada basicamente da mesma forma que as outras capitais. Uma mistura de negros, portugueses e índios. Nosso povo é forte e conta com excelentes profissionais em diversas áreas, mas não conseguimos prosperar. Esse dado da construção ilustra muito bem a situação, que é semelhante em diversas outras áreas.
Não temos o grande político, não temos nem o médio nem o pequeno. Os números mostram que temos apenas o que atrapalha. Tudo bem que as licenças podem demorar para sair, o Ministério Público pode não ajudar sempre, mas a mudança só é possível realmente através da classe política — são eles que escolhem muitos dos que dirigem alguns desses órgãos.
Se aparecer um político que simplesmente prometesse não atrapalhar, já mereceria nosso voto. Seria a esperança em tempos melhores! “Fulano nada faz e nada fará” — Sensacional. Seria uma grande obra deixar o potiguar trabalhar. Em poucos anos, poderíamos ultrapassar a Paraíba, Alagoas e Sergipe.
Nada justifica termos apenas 1% das unidades lançadas no mercado imobiliário enquanto uma cidade semelhante, como João Pessoa, tem 13%. Desta forma, quero imaginar um futuro promissor onde nossos políticos dedicassem boa parte do seu tempo apenas a visitar pontos turísticos para divulgar nossas maravilhas e atrair turistas; participação em feiras, inaugurações, caminhadas onde receberiam o então merecido carinho da população. Contém ironia, mas também esperança.
— Menos governo, mais mercado, mais resultados.
Não estou pedindo nada mais do que o liberalismo econômico defende. — Só que no RN e principalmente em Natal, isso é uma necessidade devido ao atrofiamento da nossa economia. O caos atual não é culpa dos atuais governantes, mas de uma geração completa que simplesmente não conseguiu construir nem a cidade nem o estado que merecemos.
Lembro uma situação que vai ajudar a explicar o raciocínio. Minha irmã, quando tinha 1 ano e meio, estava quase desenganada. Hospitalizada sem melhorar e tomando uma montanha de remédios. Minha mãe a levou para São Paulo, onde após alguns exames, os médicos disseram que ela não tinha nada — apenas suspendessem todos os inúmeros medicamentos e dessem uma alimentação saudável. Dito e feito. Minha irmã melhorou rapidamente e desde então, esbanja uma saúde de ferro.
E essa é minha esperança. — Não há nada de errado com nossa cidade e nosso estado. Temos o principal, uma abundância de recursos naturais e uma população que anseia começar a construir o futuro. Tiremos os políticos que há tanto tempo só atrapalham que a saúde será restaurada, a segurança, a educação e, é claro, a construção civil.
Marcus Aragão

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