By Gabi Fernandes 11/03/2025 08h35

Márcio Rego tentou. Mas não conseguiu.
A tentativa de criticar a atual gestão da Unimed se desfez diante dos próprios feitos que ele, no fundo, precisou reconhecer.
Em entrevista hoje na 94FM, ele se viu obrigado a elogiar o projeto do hospital da Unimed, um empreendimento pensado para os próximos 30 anos. Mas ao fazer isso, deixou exposta uma incoerência difícil de justificar: como alguém que pediu a paralisação da obra e fez a cooperativa gastar uma nota preta com uma auditoria para questioná-la, agora a enaltece?
A cronologia do problema é clara. Márcio Rego, em determinado momento, tentou barrar o avanço do hospital, lançando dúvidas sobre sua viabilidade financeira.
Exigiu uma auditoria, o que implicou em custos elevados para a Unimed. No entanto, o tiro saiu pela culatra. A auditoria revelou que o projeto, longe de ser um descontrole orçamentário, teve um custo inferior ao estimado. O resultado? A gestão que ele tenta destronar provou ser eficiente.
Agora que o hospital se tornou uma realidade, Márcio Rego mudou de tom. Em vez de seguir na linha do questionamento, tenta surfar na onda do sucesso da obra. Fala bem, diz palavras gentis, mas se esquiva da pergunta essencial: por que tentou impedir algo que agora admite ser positivo? Por que obrigou a Unimed a um gasto adicional sem necessidade? Essa inconsistência não é um detalhe.
Ela desmascara o que de fato está por trás de sua candidatura: não um projeto sólido, mas uma tentativa de se viabilizar politicamente, mesmo às custas de atos contraditórios.
É o tipo de jogada que não passa despercebida. Um candidato que primeiro questiona, depois elogia, demonstra que sua crítica não era embasada em fatos, mas em conveniência. O hospital da Unimed, que antes era alvo de ataques, agora se tornou um trunfo inegável da atual gestão. A tentativa de construir uma narrativa de mudança desmorona diante do óbvio: a gestão que Márcio Rego quer derrubar entregou um projeto que se impõe por si só.
Afinal, se a administração foi tão equivocada, por que os resultados são bons? E se os resultados são bons, por que Márcio Rego tentou barrá-los? Essa contradição não precisa de explicação elaborada.
Ela se revela no próprio desconforto do candidato ao tentar justificá-la.