
Pacientes internados com uso de medicação intravenosa ou em aparelho de circulação extracorpórea têm prioridade na fila de espera por órgão, explica cardiologista
Entenda o que é diálise, procedimento pelo qual passa Faustão enquanto aguarda transplante
Apresentador terá que passar por transplante de coração após ser diagnosticado com insuficiência cardíaca
O apresentador Faustão está internado há cerca de duas semanas no Hospital Albert Einstein Reprodução/Redes Sociais
Com o agravamento do quadro de insuficiência cardíaca, o apresentador Fausto Silva, o Faustão, terá que passar por um transplante de coração, estando submetido atualmente a diálise.
Esse procedimento de filtragem do sangue pode tirar líquidos do corpo, ajudando no funcionamento do coração para pacientes que necessitem, segundo Américo Cuvello Neto, coordenador do Centro de Nefrologia e Diálise do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Entretanto, o especialista ressaltou que a realização ou não da diálise depende do quadro médico do paciente e da avaliação do médico responsável. No momento, Faustão está na fila de espera para receber um transplante de coração.
O que é diálise
Américo Cuvello Neto explica que a diálise é um termo abrangente para um mecanismo utilizado para remoção de solutos, como ureia, creatinina, potássio, que podem estar em níveis maiores que o permitido no corpo do indivíduo.
O procedimento pode ser a hemodiálise, quando é feita através de uma máquina, com uma membrana sintética que realizará as trocas e filtragem do sangue. Popularmente, a máquina de diálise é conhecida como “rim artificial”.
Também pode ser feito através da diálise peritonial, na qual um é colocado um cateter no abdômen do paciente e o próprio peritônio — uma membrana que recobre as alças intestinais — faz o mecanismo de troca.
O doutor também pontua que esse é um tipo de tratamento de “suporte”, ou “tratamento-ponte”, não sendo ele, sozinho, que vai curar o paciente. Em vez disso, a diálise auxilia a manter a pessoa estável até que seja proporcionado o tratamento definitivo (se possível), como, por exemplo, transplante de órgão.
Quando ela é aplicada
O especialista também afirma à CNN que a diálise pode ser aplicada em situações de insuficiência renal — quando os rins não funcionam em sua plenitude –, transplante de fígado, intoxicação por alguma substância, uso de alguns medicamentos e até insuficiência cardíaca, por exemplo.
Neste último caso, em alguns quadros graves, pode haver associação entre insuficiência cardíaca e renal, sendo que os pacientes urinam pouco ou não urinam, havendo retenção de líquidos. Assim, o procedimento pode ajudar a retirar esses líquidos para melhorar a performance do coração.
“Existem algumas situações que o rim nem está tão insuficiente, mas a insuficiência cardíaca é tão grave que a diálise ajuda para manter o suporte desse paciente até ter o tratamento definitivo, que, no caso da insuficiência cardíaca, em algumas situações, é o transplante de coração”, sustenta Américo Cuvello Neto.
“Quando o paciente tem insuficiência cardíaca, o rim, na realidade, é como se ele pagasse a conta da outra insuficiência. Então ele sofre com isso e aí ele tem uma injúria, e aí ele precisa fazer diálise”, coloca.
Ainda assim, diz que, na maioria desses casos, o rim não tem uma lesão propriamente dita, a não ser que a doença que levou a insuficiência cardíaca também leve a uma insuficiência renal.
O especialista reforça que a realização ou não da diálise depende do quadro médico do paciente e da avaliação do médico responsável.